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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Cada vez mais os homens invadem a cozinha

Hoje eles lidam com maestria e prazer com panelas e utensílios próprios deste cômodo da casa
www.cosmo.com.br | Érica Araium | Agência Anhangüera de Notícias




Se a questão era o preconceito em relação ao homem na cozinha, isso já não existe mais. Hoje eles lidam com maestria e prazer com panelas e utensílios próprios deste cômodo da casa, que se torna, inclusive, cada vez mais aconchegante e frequentado por amigos. Cozinhar para familiares e convidados nos finais de semana, especialmente, está se tornando um hobby para alguns homens, que não se limitam às receitas tradicionais e inventam novas, testam temperos e combinações e compram ingredientes mais exóticos para chegar ao sabor ideal do prato.

Esses representantes da boa cozinha masculina não se limitam mais aos pratos tradicionais sem um toque especial: fazem cursos de aperfeiçoamento e gostam de apresentar suas inovações aos convidados. “Estou sempre em busca do prato perfeito. Pego uma receita e vou atrás de novidades para aprimorá-la”, diz Thiago Lutti, gestor de contratos.

Entre os seus pratos preferidos estão os risotos e escondidinhos e a inspiração vem de três grandes chefs da cozinha internacional: o inglês Heston Blumenthal, o escocês Gordon Ramsay e o norte-americano Anthony Bourdain. “Eu gosto de fazer o que é mais difícil, mais elaborado. Gosto de aprender com os livros de culinária, mas vou testando novos ingredientes para chegar à receita perfeita. Curto mesmo ir para a cozinha”, conta.
Antes de chegar ao que considera ideal no prato, faz muitas experiências. Muitas vezes leva vários dias fazendo o mesmo prato. “E não é apenas o preparo da receita que torna a degustação mais interessante. Eu gosto também de mostrar, apresentar o prato e preparar a mesa. Quando convido amigos para uma refeição em minha casa, faço os testes pensando no que elas gostam. Se uma pessoa é vegetariana, busco desenvolver boas receitas com alternativas. Muitas vezes eu erro”, assume.

No caso de Lutti, a esposa não é excluída da cozinha. “Fazemos uma boa parceria. Mas deixo o mais trivial para ela, que faz isso muito bem. Eu, quando cozinho, dou uns toques a mais nos pratos, com temperos diferentes que, aliás, são o meu fraco. Não posso entrar numa loja de temperos que saio com uma sacola cheia”.
O médico Fernando Martinez Sanchez não se contentou em copiar receitas de livros ou inovar em um ou outro prato. Preferiu fazer um curso de culinária na Corina Gastronomia, com duração de dois anos, onde aprendeu a fazer desde massas a assados com aves, peixe e carnes em geral. “Sempre gostei de cozinhar. Mas queria uma coisa nova para fazer receitas mais elaboradas e foi muito bom. Agora cozinho mais nos finais de semana, em casa e para os amigos”, conta.

Apesar de preferir as massas e os assados, como os peixes, Sanches revela que também não dispensa uma pizza. “Alguns pratos eu testo antes, outros faço na hora mesmo. E as pessoas geralmente elogiam. Pelo menos, ninguém morreu até agora”, brinca.

O médico diz que também não gosta de preparar as refeições com antecedência para servir apenas no momento do jantar. “Isso fica parecendo restaurante e não acho interessante. Gosto do ritual, de preparar os pratos envolvendo os convidados nessa fase e conquistar com os aromas e sabores. E penso até nos detalhes da mesa para este ritual”.

O crescente desejo dos homens de cozinhar já produz alguns números interessantes. De acordo com estatísticas da DBA Editora, 60% dos compradores de livros de luxo da gastronomia são homens. E nos supermercados, eles é que fazem as extravagâncias na compra de carnes especiais e azeites importados.


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